Saiba como é feita a classificação de resíduos para descarte

Com, aproximadamente, 215 milhões de habitantes, o Brasil é um dos países que mais produz resíduos sólidos. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2020, cerca de 160 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos são geradas por dia no país. Por isso, a gestão adequada de resíduos é fundamental para preservar o meio ambiente e garantir a saúde pública.

Criada em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece diretrizes e instrumentos para que, portanto, o manejo de resíduos sólidos seja feito de forma adequada no país. Sendo as etapas fundamentais desse processo a caracterização e a classificação dos resíduos, que devem seguir as normas estabelecidas pela ABNT NBR 10.004/04.

O que é a caracterização de resíduos?

A caracterização dos resíduos é o processo de identificação das propriedades físicas, químicas e biológicas dos resíduos. Esse processo é importante para determinar a composição dos resíduos, que permite a sua correta classificação e a definição das melhores práticas para o seu manejo. A caracterização deve ser feita por técnicos capacitados e deve seguir um protocolo padronizado. Esse processo acontece em três etapas: 1) descrição detalhada da origem; 2) denominação do resíduo; 3) possíveis destinações.

A classificação dos resíduos

A ABNT NBR 10.004/04 estabelece a classificação dos resíduos de acordo com as suas características e riscos, dividindo-os em quatro classes: Classe I – perigosos, Classe II A – não inertes e não perigosos, Classe II B – inertes e Classe III – resíduos radioativos.

  • Classe I: é composta por resíduos que apresentam periculosidade, ou seja, são inflamáveis, tóxicos, corrosivos, reativos, patogênicos, mutagênicos e cancerígenos. Esses resíduos apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente e, por isso, devem ser manejados com cuidado e seguindo normas específicas.
  • Classe II: 
  1. A) resíduos que não apresentam periculosidade, mas podem apresentar características como biodegradabilidade, combustibilidade, solubilidade ou toxicidade. Esses resíduos devem ser manejados de acordo com as suas características e com as normas de segurança e higiene.

B): resíduos que não apresentam periculosidade e nem características como biodegradabilidade, combustibilidade, solubilidade ou toxicidade. Esses resíduos podem ser destinados a aterros específicos ou reutilizados em processos industriais ou de construção civil.

  • Classe III: composta por resíduos radioativos, que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente devido à emissão de radiação ionizante. Esses resíduos devem ser manejados de acordo com normas específicas e destinados a locais próprios para o seu armazenamento e tratamento.

Outro passo fundamental é que a PNRS estabelece também que a gestão dos resíduos sólidos deve seguir os princípios da hierarquia de gerenciamento de resíduos, que prioriza a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento e a disposição final ambientalmente adequada dos resíduos. Isso significa que a destinação final de resíduos em aterros sanitários deve ser a última opção a ser considerada. Por isso, a classificação dos resíduos é tão importante no processo. 

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